Para falar de Paula Chalup precisamos voltar no tempo, mais precisamente no século anterior. A artista já soma mais de 20 anos de carreira como DJ e outros oito como produtora musical. Logo que completou o primeiro ano como profissional, em 1996, ela ganhou o prêmio de DJ Revelação na premiação das Melhores da Noite Ilustrada, da Folha de São Paulo. O que vimos a seguir foi Paula no epicentro das principais transformações que viriam a ocorrer no cenário eletrônico do Brasil.
Naquele mesmo ano, a artista se aproximou de DJ Mau Mau — seu espelho até os dias de hoje — e de toda a turma do Hell’s Club, espaço pioneiro da cultura techno no Brasil. Logo em seguida, conquistou residência na festa Combustível do também icônico e já extinto Lov.e, em São Paulo. Por mais de cinco anos, Paula Chalup absorveu um mix de referências e passou a moldar sua identidade sonora enérgica e singular, se apresentando por outros locais como Ampgalaxy, Ultralounge, B.A.S.E, Sirena, no Festival Skol Beats e nas festas MTV Party e Carlton Dance.
Demonstrando uma seleção musical impecável e mixagens precisas flutuando entre House e Techno, seu nome foi espalhando-se para além das fronteiras brasileiras e chegou à Europa em 2006. Paula então tocou em grandes venues de Londres como Turnmills, The End, Heaven, Brixton Academy e, nos anos mais recentes, derramou seu talento musical nos conceituados Fabric e EGG.
A partir de 2010, alcançou novas residências nos mais conceituados clubs do Brasil, como D-EDGE, Clash Club e Lions, além de uma residência internacional no Rock in Rio. Hoje faz parte do time da Plusnetwork, integra o catálogo da D.O.C. Records — selo de Gui Boratto — e comanda diversos projetos paralelos que refletem seu perfil criativo e sua avidez por novidades.
Com DJ Mau Mau nasceu o 2attack, com Dudu Marote ela tocou o VCO Rox, e ao lado de L_cio e Danielcozta surgiu a festa L_VE, focada apenas em live acts. Além destas “collabs”, ela ainda tem seu projeto de live PA, IAO, e carrega seu nome no 4e20 Music Mar, um espaço em São Paulo com clima intimista e uma pista de dança bem convidativa para curtir a noite paulistana.
Porém, uma das novidades mais interessantes é a chegada da tecnologia Dolby Atmos ao Brasil, trazida pelas mãos de Paula e Andre Zabeu. A nova tecnologia move o som ao redor do ouvinte, não ficando restrito a apenas alguns canais e sim sendo colocado e movimentado em um espaço tridimensional. Eles irão inaugurar em março de 2020 um estúdio com Dolby Atmos para remasterizar tracks nesse novo formato e também darão vida a um novo projeto, Audio Immersive.
Mais presente do que nunca na cena graças à sua inquietude natural, Paula irá continuar buscando transmitir às pessoas sensações únicas unificando sua técnica na discotecagem com sentimentos pessoais, trabalhando para que a cena cresça de forma saudável, forte e unida. Se for preciso ser onipresente, de alguma forma, ela será.
